Postado em 23 de julho de 2015 Por Em Destaque, noticias, Santa Catarina E 1445 Views

Após reação da Fetessesc, MPSC abre inquérito sobre proposta do governo de centralização do SAMU

protestoO movimento contrário à proposta do governo do Estado de centralizar a operação do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) em Florianópolis virou inquérito do Ministério Público de Santa Catarina. O promotor Daniel Paladino, que assumiu temporariamente a Saúde no lugar de Sônia Maria Piardi, encaminhou ofício pedindo explicações da Secretaria Estadual de Saúde sobre o tal projeto que tem um só objetivo: cortar custos. A ação do MPSC foi motivada pela repercussão nos veículos de comunicação após nota de repúdio veículada pela Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Santa Catarina (Fetessesc).

No texto (publicado na íntegra abaixo), o presidente da Fetessesc e do SindSaúde de Criciúma e Região, Cleber Ricardo Cândido, esclarece as reais intenções da Secretaria da Saúde. “Eles alegam que a proposta é baseada em “economia” no encerramento das atividades das centrais de Criciúma, Florianópolis, Camboriú, Lages, Joaçaba, Chapecó, Joinville e Blumenau, quando para nós se trata de cortes em um serviço público essencial”, disse.

A posição é apoiada por legisladores e organizações sociais por todo o Estado e foi simbolizada pelos próprios funcionários do SAMU, que desde o dia 17 estão trabalhando com tarjas pretas nos uniformes e unidades móveis para demonstrar a insatisfação com a proposta, que só deve trazer prejuízo aos catarinenses. O projeto vai ser discutido nesta quinta-feira, no 6º Encontro do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (Cosems), em Laguna.

Confira o texto do presidente d Fetessesc, Cléber Ricardo Cândido, na íntegra:

“Ameaça de enxugar centrais de atendimento do SAMU preocupa trabalhadores As centrais de regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) situada em oito Regiões de Santa Catarina, inclusive em Criciúma, podem ser fechadas pelo Governo do Estado e, os atendimentos serem concentrados em apenas uma central em Florianópolis preocupa sindicalista e trabalhadores.

Desde o último dia 17, os profissionais do SAMU estão utilizando tarja preta nos uniformes e unidades móveis pelas recentes ameaças à qualidade e preservação do Serviço prestado à população no Estado. Pela proposta, todas as ligações seriam atendidas nesta única central, bem como todas as viaturas acionadas e guiadas pela mesma.

“Eles alegam que a proposta é baseada em “economia” no encerramento das atividades das centrais de Criciúma, Florianópolis, Camboriú, Lages, Joaçaba, Chapecó, Joinville e Blumenau – quando para nós trata-se de cortes em um Serviço de Atendimento de Emergência Público essencial”, critica Cleber Ricardo Cândido, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento da Saúde de Criciúma e Região (SindSaúde) e Presidente da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos da Saúde de Santa Catarina (FETESSESC).

Segundo o sindicalista, os funcionários do SAMU, temem a demissão em massa os riscos de precarização no atendimento à população, por conhecerem o cotidiano das operações coordenadas pelas centrais. Já com o número atual de atendentes existe risco de fila de espera nas ligações para o 192 e de nada adianta a presença de ambulância se a população simplesmente não conseguir ser atendida pela central 192 em uma única central.

“O Estado afirma que com mapas eletrônicos conseguirá controlar a logística das viaturas, no entanto as equipes do interior do Estado contam muito mais com os conhecimentos da geografia dos operadores regionais para os guiarem nas áreas rurais não mapeadas em GPS e com endereços imprecisos”, pontua Cleber.

Cerca de 90% das ambulâncias do SAMU são Unidades de Suporte Básico, que têm apenas técnicos de enfermagem e condutor-socorrista, portanto ao atender a vítima necessitam contatar o médico da central para salvar uma vida em jogo. Esta medida proposta pelo Estado reduzirá o numero de médicos. O SAMU não faz apenas resgate, mas também transferência de pacientes graves de hospitais de pequeno porte para os de grande porte, através das Unidades de Suporte Avançado (UTI Móvel). E são os médicos regulares das centrais que realizam a busca do destino e recurso para as intervenções emergenciais necessários.

“A redução do número de médicos regulares inviabilizará as transferências inter-hospitalares, inclusive as que necessitam ser realizadas em critério de vaga zero, as quais apenas os médicos reguladores do SAMU podem impor como autoridade”, conclui Cândido.

O Governo pretende apresentar à Comissão Inter gestores Bi-partite (CIB), que é responsável pelo planejamento das ações do SUS no Estado, dia 23 de julho, às 8h, na Laguna Turist Hotel.”

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