A OMS lançou programa com objetivo de criar injeções terapêuticas mais seguras e evitar transmissão de doenças entre pacientes e profissionais da saúde
Em 23 de fevereiro, na reunião internacional sobre injeções seguras realizada em Genebra, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou um programa com objetivo de criar injeções terapêuticas mais seguras.
As injeções que são produzidas sem respeitar as normas de segurança provocam a transmissão de doenças de um paciente a outro (por reutilização de seringas) e de pacientes a profissionais da saúde.
A Internacional de Serviços Públicos (ISP) fez parte do grupo que escreveu o “Guia da OMS sobre o uso de seringas com mecanismos de segurança”, que recomenda duas novas formas de melhorar a segurança das injeções em todo o mundo:
- Substituir seringas comuns por seringas com proteção contra agulhas para reduzir esse tipo de acidente entre os profissionais da saúde;
- Substituir seringas comuns por seringas com características que impedem sua reutilização.
As seringas com mecanismos de segurança, também chamadas inteligentes, atendem às duas recomendações: protegem contra feridas com agulhas e não podem ser reutilizadas. Um estudo recente sobre custo-benefício encaminhado pela OMS demonstra que as seringas com mecanismos de segurança podem retornar uma média de US$14 por cada dólar investido em sua compra.
A OMS estimula que os países implantem o uso exclusivo das novas seringas (ou equivalente) até 2020 e desenvolvam políticas nacionais que favoreçam uma transição sem complicações. Algumas medidas sugeridas:
- Estimular os fabricantes locais e internacionais a produzir injeções com mecanismos de segurança o mais rápido possível;
- Combinar as políticas nacionais com as de outros países, levando em conta uma estratégia clara de implementação das injeções seguras, que inclua a formação do pessoal de saúde;
- Propor que os órgãos doadores e parceiros de desenvolvimento financiem somente a aquisição de injeções com mecanismos de segurança;
- Fazer com que as entidades que financiam produtos injetáveis (vacinas, anticoncepcionais e medicamentos) também devem financiem quantias equivalentes de injeções seguras, assim como a formação dos profissionais da saúde;
- Desenvolver normas para o uso racional e o fornecimento de seringas descartáveis normais para procedimentos específicos (por exemplo, seringas com característica que impeçam sua reutilização não são adequadas para certos procedimentos médicos, como a manutenção por via intravenosa, anestesia local e alimentação nasal).
O programa é a pedra angular da nova campanha da OMS sobre injeções seguras, que destaca dois componentes mais essenciais na segurança das seringas:
- Redução da frequência de uso das injeções em casos em que podem ser facilmente substituídas por medicações administradas via oral.
- Estímulo à gestão de resíduos cortantes ou pontiagudos para proteger toda a comunidade.
A ISP leva anos fazendo campanha a favor de injeções mais seguras por meio de trabalhos com a OMS e com afiliados da ISP em colaboração com a Rede Mundial de Injeções Seguras (SIGN). A Solsico, afiliada à ISP na República Democrática do Congo, propunha o uso de seringas retráteis entre 2009 e 2011, aumentando a sensibilização sobre os riscos de exposição à hepatite, ao HIV e ao vírus do ebóla como consequências de feridas por picadas de agulhas inseguras.
Em 2010, a ISP produziu o vídeo “O sentido das agulhas” para promover as injeções seguras. O vídeo e a guia de discussão estão disponíveis em inglês, francês, alemão, português e espanhol.
Há mais informações sobre as recomendações da OMS em inglês.