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Postado em 14 de março de 2016 Por Em Notícias E 888 Views

Vice-presidente da Fetessesc palestra sobre violência contra a mulher na Feessers

A vice-presidente da Federação dos Trabalhadores em Estebelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Santa Catarina (Fetessesc), Maria Salete Cross, ministrou palestra sobre o tema “Todas as formas de violência contra a mulher”, durante o encontro de dirigentes sindicais afiliados da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul (Feessers). Membro do comitê de gênero da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde (CNTS) e presidente do Sitessch, Maria trouxe para o debate números que expõe a realidade sobre o feminicídio no país, justamente no mês que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8 de março).

“Foi muito produtivo, com bastante participação. Os trabalhadores ficaram ligados nas informações trazidas, já que o tema estava próximo de muitos deles. Basta notar que, segundo os dados, 31 % das mulheres assassinadas estavam na faixa etária entre 20 e 29 anos, idade das filhas de muitos ali”, disse Maria.

Pelo levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 17 mil mulheres morreram vítimas de agressões, entre 2009 e 2011. Na média, 5.664 foram mortas por ano, 472 por mês, 15,52 por dia. Ou seja, a cada 1h30 uma mulher tem a vida tirada em um ato violento.

De acordo com Maria, a palestra tinha o objetivo de conscientizar o público sobre o problema, mas também fazer com que ele levasse o debate para a casa. “Temos que tratar sobre o assunto com nossos filhos, prezar pela boa educação de nossos filhos e filhas e manter bons exemplos. Uma mãe agredida em casa passa qual mensagem aos filhos. É preciso ter cuidado com as futuras gerações”, disse.

O Ipea concluiu, após a pesquisa, que “a magnitude dos feminicídios foi elevada em todas as regiões e UF brasileiras e que o perfil dos óbitos é, em grande parte, compatível com situações relacionadas à violência doméstica e familiar contra a mulher. Essa situação é preocupante, uma vez que os feminicídios são eventos completamente evitáveis, que abreviam as vidas de muitas mulheres jovens, causando perdas inestimáveis, além de consequências potencialmente adversas para as crianças, para as famílias e para a sociedade”.

Outro assunto debatido na tarde do dia 11, sexta-feira, foi a Lei Maria da Penha, que aumentou a visibilidade sobre a questão, apesar de não ter reduzido as estatísticas.

Veja abaixo alguns números sobre a violência contra a mulher:

- Entre 2009 e 2011, 17 mulheres foram mortas por atos violentos;

- Na média, 5.664 mortes por ano, 472 por mês e 15,52 por dia;

- No Nordeste está o maior índice de mortes, com 6,9 a cada 100 mil. No Sul, a proporção é de 5,08 para cada 100 mil;

- 40% dos assassinatos de mulheres são cometidos por parceiros íntimos;

- 50% das mortes foram cometidas por armas de fogo; 34% por instrumento perfurante, cortante ou contundente; 6% por enforcamento ou sufocações e 3% por maus-tratos, incluindo agressão física, violência sexual, negligência, abandono e outras síndromes;

- 31% das mortes estavam na faixa etária entre 20 e 29 anos e 23% tinham entre 30 e 39 anos.

- No Brasil, 61% dos óbitos foram de mulheres negras;

- 29% dos feminicídios ocorreram no domicílio; 31% na via pública; 25% em hospital ou outro estabelecimento de saúde e 36% ocorreu aos finais de semana.

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