Negar o piso à enfermagem é reforçar que a categoria de trabalhadores de saúde que mais se dedicou e morreu para salvar vidas merecia palmas durante as piores fases da pandemia, mas está à mercê de um Estado que nega o direito à remuneração digna de um trabalho e, consequentemente, aprofunda o abismo para viver no país.
Apesar de respeitar as instituições, tão caras e fundamentais ao Estado Democrático de Direito, a Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde, não consegue entender a decisão de suspender o direito ao piso salarial da Enfermagem. A ação que gera essa suspensão temporária atende o pedido de um conjunto de empresários da saúde que, dentre outras alegações, se diz não ser capaz de custear esse aumento.
O despacho do Supremo Tribunal Federal também faz menção ao emprego da categoria, desconsiderando que as duas situações descritas nesse manifesto foram profundamente debatidas e estudadas por décadas pelas entidades de classe da Enfermagem, bem como, de modo mais recente, na Câmara dos Deputados e no Senado.
O emprego, dentre muitos outros aspectos, não seria afetado se o contingente de trabalhadores da Enfermagem tivesse suas escalas e o seu dimensionamento de pessoal respeitado pelos hospitais.
Não se pode esquecer que a Enfermagem é uma categoria predominantemente composta por mulheres, e muitas são as que sustentam sua família.
Apesar de todo amor que se possa ter, a Enfermagem é ciência e merece ser respeitada e remunerada como tal.
Portanto, a Fetessesc lamenta essa decisão e reivindica a sua pronta revisão e orienta a categoria a participar dos atos de protesto que ocorrerão em todo Brasil no dia 09 de setembro do corrente ano.