piso estadual

Postado em 7 de dezembro de 2014 Por Em Santa Catarina E 1151 Views

Trabalhadores e patrões não chegam a acordo sobre o reajuste para o Piso Salarial Estadual

Setor empresarial nem ouviu a proposta dos trabalhadores e apenas declarou que o reajuste seria somente o valor da inflação deste último período

A comissão de trabalhadores, formada por representantes das centrais sindicais e federações de Santa Catarina, rejeitou a contra proposta das federações patronais de repassar apenas a variação da inflação para o reajuste do Piso Salarial Estadual. Durante a primeira rodada de negociação, realizada na tarde do dia primeiro de dezembro, na sede da Federação das Indústrias de (Fiesc), em Florianópolis, os patrões alegaram que não há crescimento na economia nacional e sequer analisaram a proposta da comissão, que é de 15% de reajuste para todas as quatro faixas salariais do Piso. A inflação do período, restando ainda os meses de novembro e dezembro de 2014, é de 6,34%. Nova rodada de negociação está marcada para o dia 16 de dezembro, na Fiesc.

Os representantes da classe trabalhadora defendem o reajuste de 15% no piso estadual como forma de resgatar as perdas inflacionárias desde 2009, quando o Piso entrou em vigor, e igualar os valores com o estado do Paraná. De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o mínimo necessário para a sobrevivência de uma família formada por quatro pessoas deveria ser de R$ 2.800,00. O Piso estadual catarinense é o único negociado entre patrões e trabalhadores (nos demais estados a iniciativa sobre o reajuste cabe ao governo estadual).

O supervisor técnico do Dieese, José Álvaro Cardoso ponderou que os salários têm tido ganho real há vários anos e que isso também é decorrente da política de valorização do Salário Mínimo. “Estamos a favor da correnteza, com ganhos modestos, mas com reajustes melhores nos pisos salariais”, disse o economista, lembrando que o país mantém crescimento econômico porque ampliou o mercado consumidor interno. Para ele, existe grande diferença entre os indicadores econômicos e sociais do Brasil, “que são razoáveis”, e a percepção da sociedade, influenciada pela grande mídia “que transforma coisas boas em ruins”. Cardoso lembrou que o país saiu do mapa da fome, em setembro deste ano, recebendo inclusive prêmio da ONU (Organização das Nações Unidas), retirou 36 milhões da linha da pobreza e é hoje a sétima economia mundial, com o melhor indicador de mercado de trabalho em sua história.

José Álvaro também valoriza o Bolsa Família como uma transferência de renda eficaz e que consome apenas 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. “Problema sério, mesmo, é a dívida pública, que representa 5% do PIB”, acrescentou. Para finalizar, argumentou que o peso dos salários no custo das empresas, no Brasil, é de apenas 22%. Mas as visões são diferentes. Os patrões, que pela primeira vez tiveram representação da classe patronal hospitalar na mesa de negociação, consideram que houve uma “ruptura” em 2014 e que “a realidade mudou”.

A proposta de reajuste dos trabalhadores para valores do Piso Estadual, a partir de 1º de janeiro de 2015, é a seguinte:

- Faixa I: de R$ 835,00 para R$ 961,00;
- Faixa II: de R$ 867,00 para R$ 997,00;
- Faixa III: de R$ 912,00 para R$ 1.050,00 e
- Faixa IV: de R$ 957,00 para R$ 1.100,00.

| Fonte: Assessoria do Dieese.

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