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Postado em 1 de agosto de 2017 Por Em Destaque E 479 Views

Dia ‘D’ para o governo, votação da denúncia contra Temer acontece quarta

Via CNTS

Em semana decisiva para Michel Temer, a Câmara dos Deputados vota, nesta quarta-feira, 2, denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente, acusando-o de corrupção passiva durante o exercício do mandato. Para se livrar de um possível afastamento por 180 dias até que o Supremo Tribunal Federal – STF julgue o caso, Michel Temer precisará reunir 172 votos. A votação será o termômetro do governo para saber se ainda conta com apoio da base parlamentar.

 Interlocutores do Planalto afirmam que o governo se equivocou na estratégia de superestimar o placar da votação. Alguns integrantes da tropa de choque de Temer chegaram a projetar um placar entre 260 e 280 votos pelo arquivamento da denúncia. “Se esse número não se confirmar, haverá uma espécie de anticlímax. Isso parecerá uma derrota. Houve erro ao anunciar um otimismo exagerado. Agora o governo ficou refém dessa previsão. Qualquer número abaixo disso será recebido como um sinal de fraqueza”, disse um interlocutor de Temer.

A oposição trabalha com a estratégia de obstruir ao máximo a sessão. O objetivo é prolongar o desgaste de Temer. O plano é o seguinte: os deputados estarão presentes no plenário, mas não registrarão presença no painel, pois, assim, será possível saber se o governo terá a força necessária para obtenção do quórum.

“Não podemos garantir sessão com quórum baixo. Precisamos obrigar o deputado a se expor com o voto. Se a oposição não marcar presença, deputados que optariam pela abstenção ou ausência serão obrigados a registrar presença para ajudar o governo”, disse o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ).

Pesquisa realizada pelo Ibope revela que 81% dos brasileiros querem a abertura do processo contra Temer. O levantamento aponta ainda que, para 73% dos eleitores, o deputado que votar contra o prosseguimento não deve ser reeleito. Ou seja, assumir que é contra ou a favor de Temer vai ter impacto direto no resultado das eleições no ano que vem.

A contabilidade mais realista para a votação de quarta-feira indica um placar mais perto de 200 votos a favor do presidente. Bem distante dos 280 votos anunciados ao longo dos últimos dias. Um placar, por exemplo, de 220 votos deixará Temer enfraquecido no cenário de uma segunda denúncia. Além disso, o governo teria ainda mais dificuldade para votar a reforma da Previdência.

Adiamento reforma – Partidos aliados do presidente Michel Temer defendem o adiamento da reforma da previdência para 2019, ou seja, no próximo governo. Com a proximidade do período eleitoral, muitos têm medo de ficar mal vistos na opinião pública. Além disso, afirmam que esta reforma é mínima e desfigurada da proposta original, podendo, em 2019, com maior debate, aprovar um projeto mais robusto.

Até o agravamento da crise política, o governo contabilizava 260 votos dos 308 necessários para aprovar o texto em plenário.

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