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Postado em 19 de junho de 2014 Por Em Jurídico E 4397 Views

Como saber quando a doença está relacionada ao trabalho

Um mal súbito. Uma dor nas costas que não têm fim. O acúmulo de tarefas. O assédio moral. Em casos extremos, a morte repentina. Trabalhadores da saúde enfrentam sérios desafios em seus ambientes de trabalho e, por muitas vezes, adoecem física e mentalmente, o que afeta não só o indivíduo mas os pacientes que são submetidos aos cuidados dele.

Há enfermidades silenciosas e não são raras as vezes em que é difícil fazer o nexo causal entre a doença e as condições de trabalho.

Por isso, é importante estar atento aos sinais do corpo e procurar ajuda. Também é fundamental que os trabalhadores estejam organizados em seus sindicatos e locais de trabalho para reivindicar espaços de acolhimento ao trabalhador e momentos de debate sobre saúde no ambiente laboral.

Autores, como as pesquisadoras Débora Miriam Raab Glina e Silvia Rodrigues Jardim, sugerem que o diagnóstico leve em conta:

1. O trabalho: os relacionamentos (incluindo os externos ao trabalho), o conhecimento e o controle que o trabalhador dispõe sobre o processo de trabalho, a natureza e o conteúdo das tarefas, o reconhecimento social que o trabalho lhe concede e a descrição detalhada das atividades realizadas.

2. As condições de trabalho: temperatura, vibração, umidade, exposição a substâncias químicas e biológicas, ruído, ventilação, equipamentos, etc. (investigação de importância para detectar possíveis exposições a agentes tóxicos).

3. A organização do trabalho: horário, turno, escalas, pausas, horas-extras, ritmo, políticas de pessoal, tipo de vínculo, intensidade e quantidade de trabalho (a organização de trabalho é responsável principalmente pelas repercussões na saúde psíquica dos trabalhadores).

4. As exigências físicas (esforços, movimentos repetitivos, postura), mentais (atenção, memória, quantidade de informações a processar) e psicoafetivas (relacionamentos, vínculos).

5. As percepções dos trabalhadores sobre os riscos.

6. Os momentos em que o trabalhador começa a perceber as mudanças e os problemas associados a essas mudanças.

7. As condições de vida (família, moradia), uso de drogas, doenças pré-existentes.

8. A história clínica e a história do trabalho em relação à história de vida.

9. A avaliação do trabalhador sobre sua trajetória profissional e as repercussões sobre a sua saúde.

| Escrito por Camila Rodrigues da Silva – assessoria de comunicação/Fetessesc.

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