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Postado em 9 de junho de 2017 Por Em Brasil, Destaque, Florianópolis, Notícias, Santa Catarina E 923 Views

Evento sobre Enfermagem Obstétrica reúne trabalhadoras de todo o estado para discutir a profissão e suas realidades nos locais de trabalho

Nos dias 1 e 2 de junho, o Plenarinho da Assembleia Legislativa de Santa Catarina recebeu o I Encontro Sobre o Papel da Enfermagem Obstétrica, Neonatal e Obstetriz na Saúde Catarinense. O evento foi realizado pela Comissão de Saúde da casa legislativa do estado, o gabinete da deputada Ana Paula Lima e a Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiras Obstetras (ABENFO). A diretora da pasta de Formação da Fetessesc, Tatiane de Castro, esteve presente no evento.

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A programação do Encontro contou com palestras, oficinas e um espaço para compartilhar vivências nos locais de trabalho. Para a assessora parlamentar de Ana Paula Lima, a enfermeira Luciana da Silva, esse espaço de trocas entre as profissionais é essencial. “É muito importante para a gente se reconhecer como categoria. Saber como essas trabalhadoras estão exercendo suas funções nos mais variados locais de trabalho. E também para saber como essa categoria vem se articulando no estado”, explicou Luciane.

1A troca de ideias e experiências entre as enfermeiras resultou na identificação de problemas comuns como a carência de ofertas de formação específica para a área, a atualização das profissionais em atuação, a falta de profissionais da área em hospitais e maternidades e a falha no atendimento da atenção básica às gestantes. Para resolver esses entraves as participantes elaboraram moções à órgãos responsáveis.

Ao Ministério da Saúde, foi encaminhada uma carta propondo que o credenciamento de Hospitais no selo Amigo da Criança leve em consideração a presença do enfermeiro obstetra na assistência aos partos e ao preenchimento do AIH. As participantes também solicitaram ao Coren/SC, por meio de carta, a garantia de número suficiente de profissionais nas unidades de saúde para que seja garantida a assistência necessária as gestantes. Foi solicitada uma reunião com o Coren/SC, a Secretaria Estadual de Saúde e Abenfo/SC para debater o preenchimento da Autorização de Internação Hospitalar (AIH) pelo enfermeiro obstetra.

As participantes também relataram suas condições de trabalho nos municípios de origem. Uma enfermeira sem especialização, que atende em uma unidade de saúde no município de Palhoça compartilhou as dificuldades que enfrenta no atendimento pré-natal. “Muitas vezes acabamos culpabilizando os profissionais da rede básica, mas atualmente estamos enfrentando problemas para marcar consultas para gestantes, que teoricamente teriam prioridade, mas que acabam esperando 45 dias para poderem fazer exames. Uns meses atrás estávamos até com falta de testes para sífilis”, relatou a enfermeira.

Para a diretora da pasta da Saúde do Trabalhador da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Santa Catarina (Fetessesc) e enfermeira obstetra Edilene Ghedin é necessário identificar e melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde. “Sabemos que os profissionais de saúde enfrentam entraves como falta de equipamento e materiais necessários para atender os pacientes. Dessa forma, é preciso lutar para que esses profissionais possam dar a assistência necessária as gestantes”, disse Edilene.

A presidente da Abenfo/SC, Larissa Rocha, compreende que as condições de trabalho que as enfermeiras obstetras enfrentam hoje precisam ser modificadas. “Às vezes não conseguimos dar a assistência necessária para a gestante, pois sofremos com poucos profissionais e muita demanda de trabalho. E quando compartilhamos nossas experiências boas e ruins conseguimos pensar em algumas soluções e estratégias para atravessar essas barreiras”, disse Larissa.

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A enfermeira Ludimara de Oliveira Rosa, que é formadora na Rede Cegonha na Serra Catarinense, acredita que os profissionais que atendem gestantes devem ter um mínimo de capacitação específica. “Antes somente capacitávamos enfermeiros e médicos pela rede cegonha. Atualmente estamos capacitando do médico ao agente comunitário, por isso eu acredito que agora em Lages, um dos municípios catarinenses com mais mortalidade fetal, vamos poder oferecer um acompanhamento melhor para as gestantes”, falou Ludimara.

A Rede Cegonha é uma ação do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito a atenção humanizada à gravidez, ao parto e pós-parto, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

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